Lá no alto daquela serra tem um ranchinho beira chão
Ficava na fazenda boa vista na divisa do boqueirão
Alidentro daquele rancho já morou minha grande paixão
Só não casei com essa moça por causa de uma humilhação
Onde o pai dela era empregado e o meu era o patrão
Um dia no terreiro da fazenda tiveram grande discussão
Meu pai mandou que ele fosse embora sem deixar endereço e explicação
Que eu era um rapaz novo tinha que cumprir uma missão
Estudar pra ser um bom advogado pra defender essa nação
Mas quando eu soube essa triste tragédia que feriu meu coração
Abandonei os estudos e fui viver na solidão
Mas trago no meu peito fechado essa triste recordação
Só pedi meu pai somente de herança a chave daquele rancho
Pra guardar como lembrança de lembrar de um namoro tão bonito
Da época que eu era criança
Depois de muitos anos eu voltei lá na serra
Vi aquele ranchinho triste, abandonado que pra mim foi um grande castelo
Nos anos passados
Que a noite era todo iluminado com a luz do vagalume que morava no mato do lado
Alidentro morava a minha princesa que me recebia com um sorriso bonito nos lábios
Sentei num tronco da árvore aonde tinha o nosso nome gravado
Peguei o meu canivete limpei letras por letras que o tempo tinha apagado
Quando entrei dentro do rancho fiquei muito emocionado
Que ela deixou de presente pra mim o seu mais bonito retrato
Um vestido branco de setim e um sapato prateado
Um bonito brinco na orelha que eu dei ela no dia do seu aniversário
Uma festa de quize anos aonde eu fui o primeiro convidado
A emoção foi muita que eu achei que estava ficando pertubado
Olhei de novo pra fotografia só enxerguei o porta-retrato
Será que estava dormindo ou então estava sonhando acordado?
Chanei pelo seu nome ela atendeu lá no quarto
A minha adolescência voltou eu estava com ela de nova nos braços
Ouvindo o som da melodia tão bonita na época era a mais tocada no rádio
Na voz de Vicente Celestino o destino desfolheou
E quando eu acordei estava todo coberto de flor.